sexta-feira, 29 de abril de 2011

Inacabado.

Entre chorar e sorrir,
Desafinado pranto.
Girando os mundos, vou ficando sem tom.
Sou de todo inacabado, e vivo.
Sou carente de dor, e sofro.
Não me orgulho de nada que se “deixa estar”, e deixo.

Já vendi minha jangada, já não fiz as pazes com o mar.
Aprendi a ser sincera, tudo em turbilhão
Minha recompensa nem será quimera, nem furacão.
Se me veres ao longe, não ouses perto chegar.
Dentro de mim um ciclo, infindável, cansado,
com vontade de começar.

Do largo ao estreito,
Da chuva à seca.
Do vento ao calor
Da discórdia, o amor.
Do barulho à dor
Da jangada vendida, do mar em movimento reside a minha inexatidão, de querer ser.

“E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
(...)
Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor.”



Viviane Pereira

sábado, 23 de abril de 2011

Genuíno em mim

A minha liberdade...
não está à custa dos outros, nem de um outro passo qualquer.
As rotas serenas, nem sempre me mostram o caminho,
mas ser livre para mim é que há de mais genuíno.

Me permito olhar para as coisas passadas,
Quando os olhos eram negros, quando meus pés andavam por si só.
Permita-me um último por do Sol, solando na paisagem.

Permita-me lançar a rede ao mar, andar sem laços,
ouvir o barulho das ondas quebrar e só voltar quando o Sol cair.
Permita-me dançar quantos sambas eu agüentar.

Permita-me passos largos, rotas e faróis.
Permita-me desnortear.
A minha liberdade é minha, e ela não vem apaziguar.
A culpa da falta de fala, resulta na falta de ar - se não digo, logo eu não sinto.
Não posso culpar.

Permita-me medir, dimensionar com o olhar,
 e passiva ver o último por do Sol chegar.
"O futuro foi agora, tudo é invenção"
Deixa a minha liberdade falar, por que ser livre é o que há de mais genuíno em mim.



Viviane Pereira

domingo, 10 de abril de 2011

De onde vem?

De onde vem o nome?
De onde vem a vontade?
De onde vem a saudade?
De onde vem a sinceridade?
De onde vem a dúvida?
Do medo.
Do seio.
Da memória.
Da estória.
Da escolha.

Viviane Pereira