quinta-feira, 31 de março de 2011

O Pé [Karina Buhr]

A pedra, o pé descendo a rua que cobre a pedra,
Embaixo dela a terra, embaixo da terra o céu de novo.
Sentindo a lentidão do dia há dias lentos demais
Não sinto, não tenho vontade, não agüentaria
O céu embaixo das nuvens, a terra por baixo do asfalto,
O centro da Terra que puxa a gente, a gente pula contra a vontade do chão.
Queria andar, andar, andar, andar e viajar, viajar, viajar

domingo, 27 de março de 2011

O meu Recife


Me deitar em teus retratos,
Perceber teu tom dourado, tuas pontes num fim de tarde sem fim.
Teu mar bebendo o Capibaribe - com sede de quem vive -  refletem os milhares de apaixonados por ti.
Ó Recife, verdadeiro amor te tenho, de saudade, de vontade,
de ver amanhecer o teu dia  no momento da primazia.
Ó Recife dos versos de tantos, de outros cantos, uma cidade, um espaço da  saudade, infinita vontade!

Teu novo, teu antigo,
Tua beleza tão rara, em uma face nunca enrugada,
Contam as histórias de teus inúmeros amantes.

Ó Recife, eu te construí em mim, com todas as cores e sons.
Sou mais um em meio à tantos, que confessam,  amor a ti Caribenha Nação, te dou derradeiro amor confessado, dilatado ao retratar em meu olhar, por dentre os teus sobrados, teus prédios, por dentre as tuas pontes - o crepúsculo.

sábado, 19 de março de 2011

Uma grade

Bom mesmo é jogar conversa fora
Bom mesmo é não ver passar a hora.
Bom mesmo é tirar o chapéu e olhar mais alto, "pro" céu.
Bom mesmo é fugir da rima
Bom mesmo é não ficar de birra.
Bom mesmo é ficar de conversa leve continuada,
sem pé nem cabeça com uma teoria enrolada.
Thompson, Durval, Foucault e Hayden White...
Pessoas passando, vizinhos olhando a grade ora abrindo e ora fechando.

terça-feira, 15 de março de 2011

Rápida

Existe um ritmo viciante
Pronto pra correr.
Existe uma farsa sobejante, pronta pra enganar você.
Existem discursos, falas e intentos
mas sobre eles não sei discorrer.
Existe a vida a todo instante tentando conquistar você.
O que aprimora e o que apavora?
É neste ritmo que me volto de novo, chamado viver.
Viviane Pereira

domingo, 13 de março de 2011

Meu Alvo

Estou subindo pra um lugar mais alto
Eu já queimei as pontes com o passado
E em meus olhos vejo o futuro
Tudo novo se fez, tudo novo se faz
E dessa estrada eu não me desvio nunca mais
Estou firme, eu não me desvio nunca mais
Vou avançar, eu vou crescer
Ninguém vai me deter
Meu alvo é Cristo, meu alvo é Cristo
Estou subindo pra um lugar mais alto
Eu já desisti de andar sozinho
Cristo vive em mim
E os meus pés estão no caminho, estão no caminho
E dessa estrada eu não me desvio nunca mais...
Composição: Kleber Lucas e JB Carvalho

sexta-feira, 4 de março de 2011

Arrumando a mala

[Modo diário ON]          

Bem, esse clima de acampamento me provoca  essa sensação de ansiedade, desde pequena. 
Estou nela então. Mas a ansiedade de hoje é muito mais branda,  paciente, se tornou madura.
Ela consiste basicamente em projetar o que viverei lá, quais experiências com Deus terei, quais palavras irei escutar, quais relações irei construir, quais fortalecerei...Entretanto uma coisa em mim prevalece, no tocante à Deus tudo que eu vivi foi insuficiente, sempre precisarei de mais, sempre a vida se renova, sempre Deus surpreende, nada é igual, nem na forma e nem na intensidade. Por incrível que pareça, esse complexo criado entre o que projeto e o que realmente acontece, se estende pra o meu dia a dia, na minha vida comumente isso acontece. Mas esperar em Deus e ver as minhas projeções se tornando fichinhas diante das que Ele criou [realmente] não tem preço! É e isso me acalma. 
             Pois é, amanhã estou indo pro acamp e ainda não parei de fazer as tais projeções, minhas expectativas estão reverberando [impossível contê-las]. No mais fica a certeza de que os nossos dias já foram desenhados, sejam os de Sol ou chuva, lembremos: Alegria sempre!
              Pra vocês que vão acampar bom acamp! Aproveitem esses dias, se entreguem, se divirtam e não se furtem a certeza de que Deus é o tudo que vocês precisam. E pra quem fica: " Longe o amor não está, longe não O amor procura um lugar, Ele bate na porta do teu coração".

[Modo diário OFF]

terça-feira, 1 de março de 2011

Discursos edificantes.



A gente nasce com a sina de ser feliz.
A gente nasce com um medo de errar, de fracassar, de ser imaturo...
A gente aprende que ser feliz não significa ser feliz sempre.
A gente aprende a sorrir mesmo sem estar contente.

Mas toda nossa história de vida é um complemento, uma espécie de diário de bordo.
Todas nossas marcas são uma espécie de estrada sinalizada, nos compõem, nos dão as coordenadas. Ainda que não queiramos.
Quantas vezes você já não idealizou um enredo diferente? Uma cruz menos pesada, uma história de família gloriosa, uma alegria milimetricamente imaginada?
Quantos sim's você quis ouvir? Quantos dias de chuva você quis pular, pra não se molhar?
Mas até aquilo que não escolhemos, participam da composição do nosso ser.
Familia, casa, irmãos, amor, amigos que vêm e que se vão.
Tudo isso numa tela em constante estado de criação.

Somos rubros, somos calma, somos bocejos, somos orgulhosos - mas a vida nos ensina a sermos humildes.
Somos tudo, somos mais um na multidão, somos sonhos, vozes silenciadas, somos conquistas.
Somos cicatrizes, rugas, somos uma tela de cores e sensações multiformes, que em constante mudança se posta, se põe e se coloca a viver numa espécie de obra inacabada, que se torna bela exatamente por suas nuances ora turvas e ora claras.