sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Nada além de Ti

Ao se findar o ano o clima reflexivo toma conta de nós.
Planos, sonhos, vontade de realizar, reflexões sobre o ano que se passou e fé habitam no nosso coração durante esse período... No meu caso muito mais que isso, habita em mim uma alegria, uma esperança que muitos não conhecem ou ainda não se permitiram conhecer.
A fibra da minha vida está firmada em Deus. O traço dos meus dias, está ligado ao criador. A esperança de que os meus sonhos não se frustrarão, de que os meus dias são por Ele desenhados é certeza indelével. 
Assim como toda manhã que se levanta, tão certo como o firmamento eu confio em Deus, por que Ele é a minha esperança e alegria. 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Mateus 6:9-13

Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;
Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu;
O pão nosso de cada dia nos dá hoje;
E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores;
E não nos induzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém. 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Prece de ano novo.


Que a maturidade não seja uma fase da minha vida, que eu seja madura sempre que puder.
Que o medo de  errar não me paralise, que a o coragem de viver esteja em mim
Que as lutas diárias não me façam sofrer mais do que o esperado, cada um carrega a cruz
que pode suportar. E que eu conheça bem o peso da minha.

Que minha família seja abençoada.
Que os amigos, sim, os meus poucos amigos, sejam ainda mais amigos e estejam por perto sempre.
E se por acaso a vida os fizer estar longe, que eu tenha forças pra andar só - pois isso é o que desejo aos meus amigos se um dia eu os faltar.

Que as minhas vitórias sejam muitas, que eu saiba dar nome a cada uma delas, e me lembrar de como cheguei ali. Desejo que os os meus dias não passem despercebidos, não sejam breves. E que eu só esqueça o dia da semana por conta da felicidade.

Que eu nunca pare de acreditar nas pessoas, mas se houver decepção que eu aplique a serenidade do verso que diz: "No que dependerdes de vós tentes paz com todos os homens". RM 12:18
Que meus "opositores" sejam sempre os espirituais, lembrando que "a minha luta não é contra a carne nem contra o sangue".Que eu não me entristeça por conta dos que não me querem bem, e caso aconteça que eu lembre: os meus melhores sorrisos estão por perto.Que eu "me afaste de tudo que me trava o riso"

Que não me falte saúde, nem trabalho.Que eu ganhe dinheiro, para gastar com os que amo.
Que eu não hesite em pedir perdão, que eu tenha a nobreza de saber perdoar e a maturidade para respeitar meu limite.
Que eu seja criativa.Que eu estude mais, e aproveite meu tempo.
Que eu esteja mais perto de Deus, pois Ele é a minha força. Que consiga encontrar forças quando as perder, e que a minha fé continue sempre de pé, pois que tem fé não teme.
Que os sonhos se realizem, que os amigos se multipliquem, o querer bem nunca acabe.
Amém!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Fé.

"A minha fé continua em pé. Tudo que é verdadeiro volta.”
— Caio Fernando Abreu

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Caio F. de Abreu

As batalhas de todo-dia parecem inglórias. Claro que a gente insiste.
Há tempos que as palavras te faltam.
Há tempos que não há do que se orgulhar, há tempos eu sei que o meu sorriso é breve.

sábado, 1 de outubro de 2011

Lost!

And you'll be lost!
Every river that you tried to cross
Every gun you ever held went off
Ohhh and I'm just waiting until the firing's stopped
Ohhh and I'm just waiting 'til the shine wears off
Ohhh and I'm just waiting 'til the shine wears off

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

.[a]coragem.

Tenho medo das coisas que eu não sei dizer,
Do estável que pra ser instável basta ser.
Tenho medo do indelével, dos "pra sempre" e dos “nãos”,
De ser firme somente nas mãos.

Tenho medo do porto seguro, do forte abalo,
Do certo, que simplesmente para os outros se torna errado.
Das premissas inquestionáveis, do amor jogado fora, e do palpite a qualquer hora.

Tenho medo que manifeste em mim, o medo de agir.
Da tez tímida, e do porvir.
Do incerto do inseguro, tenho medo de pular o muro.

Que me faça o medo desistir talvez, de seguir, de resistir...
Que se faça justo o medo, que se contente com a minha dor em segredo, e que com pena [de mim] vá embora.


Viviane Pereira

eu levo o seu coração comigo [e. e. cummings]



eu levo o seu coração comigo (eu o levo no
meu coração) eu nunca estou sem ele (a qualquer lugar 
que eu vá, meu bem, e o que que quer que seja feito
por mim somente é o que você faria, minha querida)

tenho medo

que a minha sina (pois você é a minha sina, minha doçura) eu não quero
nenhum mundo (pois bonita você é meu mundo, minha verdade)

e é você que é o que quer que seja o que a lua signifique
e você é qualquer coisa que um sol vai sempre cantar 
aqui está o mais profundo segredo que ninguém sabe
(aqui é a raiz da raiz e o botão do botão

e o céu do céu de uma árvore chamada vida, que cresce
mais alto do que a alma possa esperar ou a mente possa esconder)
e isso é a maravilha que está mantendo as estrelas distantes
eu levo o seu coração (eu o levo no meu coração)

e. e. cummings


Não me canso de ler deste poema [de lê-lo, relê-lo e deixar ele me ler], desde de que o conheci nas cenas finais de um filme de Tony Scott, “In her shoes”. 


sábado, 27 de agosto de 2011

Das utopias


Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!

Mario Quintana

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

...

Um bom poema é aquele que nos dá a impressão
de que está lendo a gente ... e não a gente a ele!

Mario Quintana - A vaca e o hipogrifo

sábado, 20 de agosto de 2011

Nostalgia.

A vida segue numa nostalgia que eu nem sei explicar mas me invade.
Nostalgia boa, que faz o frio da barriga,
Que faz o coração encher, pulsar.

Saudades dos meus tempos de criança, quando a condução me apanhava e eu não me atrasava.
Saudades dos tempos onde os meus maiores desafetos se originavam durante uma disputa a base de mini empurrões por um lápis rosa.
Do cheiro da escola, da lancheira, da farda, do Jaspion à tarde na Tv Manchete.
Quando minhas preocupações se esgotavam no decorrer de um dia, pois na iminência de um novo eu recuperava novamente a esperança.
Saudades dos tempos onde minhas escolhas eram orientadas pela minha mãe,  ao fitar seus olhos eu descobria o que escolher.
Saudades de ficar de bobeira, de correr pelas escadas do prédio, de suar, me molhar na chuva e defender meu irmão magricelo em suas encrencas, de ser e somente ser.

A vida segue, se faz e suas surpresas,
Nas lentes que são os meus olhos, refletem os sonhos de menina outra vez.
Não com a mesma  tez, mas com uma vivacidade tal que me faz acreditar.
Meu alento é saber que a vida segue, sonhos são construídos, os dias são ensinamentos, e que este meu viver está na menina dos olhos de Quem me idealizou, desde muito antes de nascer.

Viviane Pereira

domingo, 7 de agosto de 2011

Quando eu penso.


Quando eu penso que é Lua
É Sol.
Quando espero a calma
É tormenta
Quando acalento a alma, me vem o que não se sustenta.
Tem dias que o Sol brilha tanto, que os escuros dias parecem ter sido feitos de sonho.
Tem horas que a solidão não me apavora, tem dias que o relógio faz sua função. Tem hora que se aproveita tudo, e desperdício não há.
Tem tempos que só o corpo cansa, mas a mente descansa em sonhar. Tem ventos que sopram do norte, mas o que minha sina pede pra ver o vento o soprar


Viviane Pereira

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Apresento-lhes...


Meu coração não se cansa de ter esperança - Cáh Morandi          

          Demorei muito tempo para começar. Demoramos demais para perceber que é preciso descobrir o começo, algum começo. Nos atrasamos e aí lá se foi milhões de cartas, de erros, de um sim quando era não, e de um não que talvez pudesse nos iniciar. As outras pessoas também não sabiam, e mesmo se desconfiassem saber, não poderiam indicar um caminho que só nós mesmos seremos capazes de desvendar.
         A vida é mata fechada, quem está vindo agora também está vindo para descobrir algo de novo. Ainda há muitas ilhas, ainda há um deserto infinito no coração de alguém. Ainda temos medo do escuro, e penso que cresce conosco, silencioso e sempre presente. Nosso caminho é feito do que trouxemos desde muito tempo, desde o intervalo, desde um adeus que não sabíamos, de uma solidão que nos abraçou sem que percebessemos.
         Trouxemos a solidão desde que guardamos o primeiro bilhete de amor, desde que o primeiro beijo nunca se repetiu, desde que aprendemos a somar um com um e descobrimos que dois era melhor. Não aprendemos a ser sozinhos, nem tão pouco a sermos completos. Sempre nos faltará alguma coisa, sempre teremos alguma coisa ausente e tão doce que doerá no sorriso. Só a vida nos ensinará que para sermos mais, precisaremos nos dividir. Ser metade sempre será mais completo do ser inteiro.
         Você deve se achar o máximo, deve se achar a estrela do céu de Hollywood e no fundo você não sabe nada, não sabe nem quem é você, nem quem você está prestes a se tornar. Na verdade você está longe, mas eu entendo, te compreendo, precisamos dilacerar o coração primeiro, entregá-lo a alguém que irá machucá-lo e devolvê-lo com um rosto tão leve que o aceiteremos de volta, e não importa se demoraremos a outra metade da vida tentando juntar pedaço por pedaço para enfiá-lo no peito novamente, o entregaremos de novo mais cedo ou mais tarde, inocentes, o pegaremos nas mãos e deixaremos alguém o levar.
         Só muito tempo depois é que compreendemos o amor, só depois que o peito tiver sido aberto muitas vezes, de termos escritos muitas cartas, de termos encontrado muita gente, depois que do coração só restar uma ferida, aí estaremos prontos. Pois o amor virá depois que se anular a felicidade que julgamos. Deixamos o amor chegar quando estivermos em milhões de pedaços, para cuidar, para curar, para nos ajudar a construir.

domingo, 10 de julho de 2011

Mais uma de Cáh Morandi

Desencontro


Remexo dentro de mim,
nem sempre é fácil
saber a parte de nós
que ficou no caminho:
toco... faço a ferida arder.
Sentir a ferida, é a maneira
mais rápida de curá-la.
Nada em mim foi covarde,
nem mesmo as desistências:
desistir, ainda que não pareça,
foi meu grande gesto de coragem.



(Cáh Morandi)

terça-feira, 5 de julho de 2011

Hosanna



Heal my heart and make it clean
Open up my eyes to the things unseen
Show me how to love like You have loved me
Break my heart for what breaks Yours
Everything I am for Your kingdom's cause
As I walk from earth into eternity

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Palavrantiga

Não tenho um tom
Não tenho palavras
Não tenho acorde que
Me socorra agora
Tudo foi embora
Só tenho você
Havia um silêncio
Que mostrou os meus vícios
Me agarro contigo
Vem me socorra agora
Tudo foi embora
Só tenho você amor
Agora
E essa não é mais uma canção de amor
Não, não, não
Eu canto pra ti
Sei onde estou
Olhando pra mim posso saber
Que nada sou
Eu grito pra ti oh Deus
Vem me socorrer
Olhando pra mim posso saber
Que nada posso fazer
[Vem me socorrer - Palavrantiga]

domingo, 26 de junho de 2011

Mudar.

Mude, mas comece devagar,
porque a direção é mais importante
que a velocidade.

Sente-se em outra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.

Quando sair,
procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção
os lugares por onde
você passa.

Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.

Tire uma tarde inteira
para passear livremente na praia,
ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.

Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas
e portas com a mão esquerda.

Durma no outro lado da cama…
depois, procure dormir em outras camas.

Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais…
leia outros livros,
Viva outros romances.

Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.

Aprenda uma palavra nova por dia
numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores,
novas delícias.

Tente o novo todo dia.
o novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor.
a nova vida.

Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.

Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.

Escolha outro mercado…
outra marca de sabonete,
outro creme dental…
tome banho em novos horários.

Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.

Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.

Troque de bolsa,
de carteira,
de malas,
troque de carro,
compre novos óculos,
escreva outras poesias.

Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.

Vá a outros cinemas,
outros cabeleireiros,
outros teatros,
visite novos museus.

Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as.
Seja criativo.

E aproveite para fazer uma viagem
despretensiosa,
longa, se possível sem destino.

Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.

Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já conhecidas,
mas não é isso o que importa.

O mais importante é a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.
Só o que está morto não muda !

Repito por pura alegria de viver:
a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não
vale a pena!!!!
Edson Marques

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Inacabado.

Entre chorar e sorrir,
Desafinado pranto.
Girando os mundos, vou ficando sem tom.
Sou de todo inacabado, e vivo.
Sou carente de dor, e sofro.
Não me orgulho de nada que se “deixa estar”, e deixo.

Já vendi minha jangada, já não fiz as pazes com o mar.
Aprendi a ser sincera, tudo em turbilhão
Minha recompensa nem será quimera, nem furacão.
Se me veres ao longe, não ouses perto chegar.
Dentro de mim um ciclo, infindável, cansado,
com vontade de começar.

Do largo ao estreito,
Da chuva à seca.
Do vento ao calor
Da discórdia, o amor.
Do barulho à dor
Da jangada vendida, do mar em movimento reside a minha inexatidão, de querer ser.

“E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
(...)
Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor.”



Viviane Pereira

sábado, 23 de abril de 2011

Genuíno em mim

A minha liberdade...
não está à custa dos outros, nem de um outro passo qualquer.
As rotas serenas, nem sempre me mostram o caminho,
mas ser livre para mim é que há de mais genuíno.

Me permito olhar para as coisas passadas,
Quando os olhos eram negros, quando meus pés andavam por si só.
Permita-me um último por do Sol, solando na paisagem.

Permita-me lançar a rede ao mar, andar sem laços,
ouvir o barulho das ondas quebrar e só voltar quando o Sol cair.
Permita-me dançar quantos sambas eu agüentar.

Permita-me passos largos, rotas e faróis.
Permita-me desnortear.
A minha liberdade é minha, e ela não vem apaziguar.
A culpa da falta de fala, resulta na falta de ar - se não digo, logo eu não sinto.
Não posso culpar.

Permita-me medir, dimensionar com o olhar,
 e passiva ver o último por do Sol chegar.
"O futuro foi agora, tudo é invenção"
Deixa a minha liberdade falar, por que ser livre é o que há de mais genuíno em mim.



Viviane Pereira

domingo, 10 de abril de 2011

De onde vem?

De onde vem o nome?
De onde vem a vontade?
De onde vem a saudade?
De onde vem a sinceridade?
De onde vem a dúvida?
Do medo.
Do seio.
Da memória.
Da estória.
Da escolha.

Viviane Pereira

quinta-feira, 31 de março de 2011

O Pé [Karina Buhr]

A pedra, o pé descendo a rua que cobre a pedra,
Embaixo dela a terra, embaixo da terra o céu de novo.
Sentindo a lentidão do dia há dias lentos demais
Não sinto, não tenho vontade, não agüentaria
O céu embaixo das nuvens, a terra por baixo do asfalto,
O centro da Terra que puxa a gente, a gente pula contra a vontade do chão.
Queria andar, andar, andar, andar e viajar, viajar, viajar

domingo, 27 de março de 2011

O meu Recife


Me deitar em teus retratos,
Perceber teu tom dourado, tuas pontes num fim de tarde sem fim.
Teu mar bebendo o Capibaribe - com sede de quem vive -  refletem os milhares de apaixonados por ti.
Ó Recife, verdadeiro amor te tenho, de saudade, de vontade,
de ver amanhecer o teu dia  no momento da primazia.
Ó Recife dos versos de tantos, de outros cantos, uma cidade, um espaço da  saudade, infinita vontade!

Teu novo, teu antigo,
Tua beleza tão rara, em uma face nunca enrugada,
Contam as histórias de teus inúmeros amantes.

Ó Recife, eu te construí em mim, com todas as cores e sons.
Sou mais um em meio à tantos, que confessam,  amor a ti Caribenha Nação, te dou derradeiro amor confessado, dilatado ao retratar em meu olhar, por dentre os teus sobrados, teus prédios, por dentre as tuas pontes - o crepúsculo.

sábado, 19 de março de 2011

Uma grade

Bom mesmo é jogar conversa fora
Bom mesmo é não ver passar a hora.
Bom mesmo é tirar o chapéu e olhar mais alto, "pro" céu.
Bom mesmo é fugir da rima
Bom mesmo é não ficar de birra.
Bom mesmo é ficar de conversa leve continuada,
sem pé nem cabeça com uma teoria enrolada.
Thompson, Durval, Foucault e Hayden White...
Pessoas passando, vizinhos olhando a grade ora abrindo e ora fechando.

terça-feira, 15 de março de 2011

Rápida

Existe um ritmo viciante
Pronto pra correr.
Existe uma farsa sobejante, pronta pra enganar você.
Existem discursos, falas e intentos
mas sobre eles não sei discorrer.
Existe a vida a todo instante tentando conquistar você.
O que aprimora e o que apavora?
É neste ritmo que me volto de novo, chamado viver.
Viviane Pereira

domingo, 13 de março de 2011

Meu Alvo

Estou subindo pra um lugar mais alto
Eu já queimei as pontes com o passado
E em meus olhos vejo o futuro
Tudo novo se fez, tudo novo se faz
E dessa estrada eu não me desvio nunca mais
Estou firme, eu não me desvio nunca mais
Vou avançar, eu vou crescer
Ninguém vai me deter
Meu alvo é Cristo, meu alvo é Cristo
Estou subindo pra um lugar mais alto
Eu já desisti de andar sozinho
Cristo vive em mim
E os meus pés estão no caminho, estão no caminho
E dessa estrada eu não me desvio nunca mais...
Composição: Kleber Lucas e JB Carvalho

sexta-feira, 4 de março de 2011

Arrumando a mala

[Modo diário ON]          

Bem, esse clima de acampamento me provoca  essa sensação de ansiedade, desde pequena. 
Estou nela então. Mas a ansiedade de hoje é muito mais branda,  paciente, se tornou madura.
Ela consiste basicamente em projetar o que viverei lá, quais experiências com Deus terei, quais palavras irei escutar, quais relações irei construir, quais fortalecerei...Entretanto uma coisa em mim prevalece, no tocante à Deus tudo que eu vivi foi insuficiente, sempre precisarei de mais, sempre a vida se renova, sempre Deus surpreende, nada é igual, nem na forma e nem na intensidade. Por incrível que pareça, esse complexo criado entre o que projeto e o que realmente acontece, se estende pra o meu dia a dia, na minha vida comumente isso acontece. Mas esperar em Deus e ver as minhas projeções se tornando fichinhas diante das que Ele criou [realmente] não tem preço! É e isso me acalma. 
             Pois é, amanhã estou indo pro acamp e ainda não parei de fazer as tais projeções, minhas expectativas estão reverberando [impossível contê-las]. No mais fica a certeza de que os nossos dias já foram desenhados, sejam os de Sol ou chuva, lembremos: Alegria sempre!
              Pra vocês que vão acampar bom acamp! Aproveitem esses dias, se entreguem, se divirtam e não se furtem a certeza de que Deus é o tudo que vocês precisam. E pra quem fica: " Longe o amor não está, longe não O amor procura um lugar, Ele bate na porta do teu coração".

[Modo diário OFF]

terça-feira, 1 de março de 2011

Discursos edificantes.



A gente nasce com a sina de ser feliz.
A gente nasce com um medo de errar, de fracassar, de ser imaturo...
A gente aprende que ser feliz não significa ser feliz sempre.
A gente aprende a sorrir mesmo sem estar contente.

Mas toda nossa história de vida é um complemento, uma espécie de diário de bordo.
Todas nossas marcas são uma espécie de estrada sinalizada, nos compõem, nos dão as coordenadas. Ainda que não queiramos.
Quantas vezes você já não idealizou um enredo diferente? Uma cruz menos pesada, uma história de família gloriosa, uma alegria milimetricamente imaginada?
Quantos sim's você quis ouvir? Quantos dias de chuva você quis pular, pra não se molhar?
Mas até aquilo que não escolhemos, participam da composição do nosso ser.
Familia, casa, irmãos, amor, amigos que vêm e que se vão.
Tudo isso numa tela em constante estado de criação.

Somos rubros, somos calma, somos bocejos, somos orgulhosos - mas a vida nos ensina a sermos humildes.
Somos tudo, somos mais um na multidão, somos sonhos, vozes silenciadas, somos conquistas.
Somos cicatrizes, rugas, somos uma tela de cores e sensações multiformes, que em constante mudança se posta, se põe e se coloca a viver numa espécie de obra inacabada, que se torna bela exatamente por suas nuances ora turvas e ora claras.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Desentoa

Amores nem sempre são serenos.
Nem sempre o que sente é pra sempre, tem sentimentos que são inconstantes.
Queria um júri pra dirimir essa dor, que estampa a cara e o coração.
Prender culpados, buscar indícios nesse enredo julgado.
Queria o doce ignorância de quem não sabe o que é a razão.
De  não ter que lutar pelo que se quer, não ter vontade de colocar a voz
Nem ter que ser chamada de descontrolada, nem insistir em ser dois.
Um julgamento acertado, com absolvição das palavras e exclusão dos fatos passados.
Queria a paz alcançada por aqueles que vivem sem dor, entorpecidos pela estrada, ou pela falta de um amor.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Versos

Singelo, nostálgico gesto...
Canção repete vicia meu ouvir
Repões meus brios com um único olhar pra mim
Seresta? Canções, bolero e serenata não me alcançam.
Nem este ou aquele - nem versos soltos em tango
Sou tanto que nem posso mais me ouvir.
Sou dança, enquanto tudo descansa.
Me ponho a testar a  rima
Sou verso pronto, feito na hora
Como uma lembrança que vem e logo, tão logo vai embora.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Vivo - Lenine

Precário, provisório, perecível;

Falível, transitório, transitivo;

Efêmero, fugaz e passageiro

Eis aqui um vivo, eis aqui um vivo!

Impuro, imperfeito, impermanente;
Incerto, incompleto, inconstante;
Instável, variável, defectivo
Eis aqui um vivo, eis aqui...

E apesar...
Do tráfico, do tráfego equívoco;
Do tóxico, do trânsito nocivo;
Da droga, do indigesto digestivo;
Do câncer vil, do servo e do servil;
Da mente o mal doente coletivo;
Do sangue o mal do soro positivo;
E apesar dessas e outras...
O vivo afirma firme afirmativo
O que mais vale a pena é estar vivo!

É estar vivo
Vivo
É estar vivo

Não feito, não perfeito, não completo;
Não satisfeito nunca, não contente;
Não acabado, não definitivo
Eis aqui um vivo, eis-me aqui.
[Lenine]

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Tempo humano


Meu tempo ruge,
mas não ouço
Meu tempo esgota, o ignoro.
Meu tempo urge e eu imploro.
O tempo é curto e minha paciência também.
Eu curto o tempo quando me sobram razões pra querer bem.
De tempo em tempo eu conto as horas, pra ver chegar ou  ir embora.
Meu tempo humano sempre se desloca... ora é estimado ora é jogado fora.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Silencia

"Saiba também calar-se para não se perder em palavras"
Clarice Lispector

Ansiedade, mal deste século. 
Mal daqueles que só esperam  pelo que virá
Sem estar pronto para o que aqui está.
Na ansiedade não paramos pra ler, pra entender...
Na ânsia não observamos o outro, não lemos o semelhante, 
Não há semelhança.
Tempo,
Tudo urge!

Acostumados a respostas prontas nos ataviamos aos  "saiba que..." 
Nos atamos ao vicio de responder, 
Como se pra tudo houvesse resposta.
Como se para cada sensação existisse uma palavra posta.
Mas e o silêncio involuntário? Onde está o instante mudo, calado?

Sem palavras caminhamos, 
Mesmo falando somos mudos, 
mesmo sabendo somos leigos, 
mesmo sentido somos nada.
Por que nem [o] tudo tem resposta, nem a vida está disposta a sinalizar o caminho.
Se fazer saber é todo dia 
é no silêncio ou na agonia,
é no descanso e na alegria... é às vezes no "sem palavras" e  no sem melodia. 
É quando - a gente sem querer se perder em palavras - se silencia.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Indicifrável

Passo, permite largo
Sonhos se tornam reais
Ouro e ventura são coisas diferentes
Mas em ambas "coisas" estais

Efeito - permanente 
Reações medicamentosas me assustam
Mas há riso, há cuidado
Mesmo quando uivam 

Sentinela do meu ser as vezes se descuida, eu acho
Por quanto tenho medo,
Por quanto mantenho a luz acesa,
Embora o dia não apareça,

Tão logo me encaixo em crer.
Que as lutas terrenas só aqui na Terra as hei de viver,
Por que depois será com no sonho, acordado ou não, disponho
a sentir-me indecifrável.



quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Sigo a te amar e perguntar...




A cada dia Tu me cercas com um amor que faz estremecer a minha  humana estrutura frágil.
Um amor que chocou a humanidade, que constrangeu os poderosos, que deu perdão e liberdade aos mais natos devedores. Devedores como eu.
Um amor que me escolheu sem mesmo merecer.

Esse amor me alcançou, me foi doado!
Doado, entregue nas minhas mãos.
Esse amor extrapola as paredes de qualquer academia ou construção de saber, 
Confunde os sábios, e que me confunda se eu quiser só construir saberes...

Esse amor se derrama como cálice que transborda, é sobejante, para quem o quiser.
Eu quis! Mas só foi isso, por que todo resto foi o Você que quis....
Externo meu amor - o meu profundo e mais genuíno amor -  a quem me amou primeiro. 

A cada dia enxergo Tuas fortes mãos conduzindo o meu caminhar, em cada escolha em cada não,  e a cada novo amanhecer.
Enxergo a Tua fiel amizade, a tua fiel companhia - essa não se finda, não erra,  e não falta!
Enxergo que a Ti devo tudo... mas sem "dever" sabe, por que é um prazer te dever algo....
Te devo minha vida!

Sigo a te amar e perguntar, porque nunca vou entender  - Jesus, que amor é esse?!




quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Desde ontem

Desde ontem saí de um estado contemplativo.
Turvas vistas, esquivavam de mim o real (...)
Torno a me enxergar.

Desde ontem não sou franca
Desde ontem aprendi a não acreditar
Desde de ontem o descrédito - não o pejorativo, mas o sadio se é que ele existe, passou a me visitar.

Vistas turvas de monitor!
Vistas turvas de fotografia!
Vistas turvas!
Não estão mais aqui e desde essa hora  eu posso ver.
As pessoas não são ruins,  más,  fieis ou desleais, dualidades estáticas,
As pessoas são humanas.

Desde ontem sou sá.
Desde de ontem sou mais humana.
Desde ontem fujo de qualquer discurso "efeito porcelana".

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

palavras

Medida,
sonho,
espaço,
todo e
medo.

Planos no horizonte,
vista,
intento,
Todos juntos embricados na arte que é se reinventar.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Conversa

Desentoa, arde e seca.
Balbucia, exprime e grita
Indo e vindo são as fases da vida.
Meu bem querer as vezes o vida golpeia você,  e como diz Clarice " nem sempre é necessário tornar-se forte. Temos que respeitar a nossa fraqueza " 
Entretanto viver é substância essencial, é do que somos feitos.
Chore sim, as lágrimas que te regam nunca rolam em vão.

Meu bem quer uma dia vocês hão de entender que este plano é muito inferior
O alto foi Deus que criou.
Chore sim, as lágrimas que se derramam te despedem de mim

E logo quando tudo passar - tuas lágrimas distas, teu olhar de saudade e dor
as linhas tortas hão de se endireitar (...)
O que fica na lembrança, são os risos, a alegria e a aquilo que te substancia: a fibra do viver meu bem querer.