segunda-feira, 19 de abril de 2010

Mil ações descabidas

Quebraste meu espelho
Rompeste com os laços
Compraste aquela briga
com tanto medo de perder, arrependida
Saíste para pescar e me esqueceste
Vendeste os teus afetos por ai
com um milhão de frases prontas
Achaste tão bonito o fim do dia
com mil velas acesas, precavida
e foste se perdendo com o tempo.

Dominaste tua platéia
Reviveste alguns momentos
Sorriste o mais largo dos sorrisos
com cinco comprimidos, deprimida
Descobriste o fim da linha
Morreste a noite inteira
com mil caixões apostos
Tiveste tanto medo de voar
com mil passagens pagas, atrevida
e foste se achando no fim das contas.

(Por Rossano Coutelo)

terça-feira, 13 de abril de 2010

Irmãs

Sem demora se cruzam inertes as faces
São remotas as manifestações de interesse
Apartidárias de um desafeto explicito
São indiferentes a qualquer manifestação de riso.

Suas faces se enrijecem
Com motivo e causa aparente
Enrijecidas pela visão de suas correntes
São ambas muito diferentes

Não se trata de uma trégua, mas nunca foi guerra
As faces se cruzam inertes
Semelhantemente indiferentes
Ainda que intrigadas pela fronte da outra

No momento:
Equidistantes
Num movimento reciproco de desinteresse
Viram-se e cortam os tomates do almoço.