segunda-feira, 29 de agosto de 2011

.[a]coragem.

Tenho medo das coisas que eu não sei dizer,
Do estável que pra ser instável basta ser.
Tenho medo do indelével, dos "pra sempre" e dos “nãos”,
De ser firme somente nas mãos.

Tenho medo do porto seguro, do forte abalo,
Do certo, que simplesmente para os outros se torna errado.
Das premissas inquestionáveis, do amor jogado fora, e do palpite a qualquer hora.

Tenho medo que manifeste em mim, o medo de agir.
Da tez tímida, e do porvir.
Do incerto do inseguro, tenho medo de pular o muro.

Que me faça o medo desistir talvez, de seguir, de resistir...
Que se faça justo o medo, que se contente com a minha dor em segredo, e que com pena [de mim] vá embora.


Viviane Pereira

eu levo o seu coração comigo [e. e. cummings]



eu levo o seu coração comigo (eu o levo no
meu coração) eu nunca estou sem ele (a qualquer lugar 
que eu vá, meu bem, e o que que quer que seja feito
por mim somente é o que você faria, minha querida)

tenho medo

que a minha sina (pois você é a minha sina, minha doçura) eu não quero
nenhum mundo (pois bonita você é meu mundo, minha verdade)

e é você que é o que quer que seja o que a lua signifique
e você é qualquer coisa que um sol vai sempre cantar 
aqui está o mais profundo segredo que ninguém sabe
(aqui é a raiz da raiz e o botão do botão

e o céu do céu de uma árvore chamada vida, que cresce
mais alto do que a alma possa esperar ou a mente possa esconder)
e isso é a maravilha que está mantendo as estrelas distantes
eu levo o seu coração (eu o levo no meu coração)

e. e. cummings


Não me canso de ler deste poema [de lê-lo, relê-lo e deixar ele me ler], desde de que o conheci nas cenas finais de um filme de Tony Scott, “In her shoes”. 


sábado, 27 de agosto de 2011

Das utopias


Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!

Mario Quintana

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

...

Um bom poema é aquele que nos dá a impressão
de que está lendo a gente ... e não a gente a ele!

Mario Quintana - A vaca e o hipogrifo

sábado, 20 de agosto de 2011

Nostalgia.

A vida segue numa nostalgia que eu nem sei explicar mas me invade.
Nostalgia boa, que faz o frio da barriga,
Que faz o coração encher, pulsar.

Saudades dos meus tempos de criança, quando a condução me apanhava e eu não me atrasava.
Saudades dos tempos onde os meus maiores desafetos se originavam durante uma disputa a base de mini empurrões por um lápis rosa.
Do cheiro da escola, da lancheira, da farda, do Jaspion à tarde na Tv Manchete.
Quando minhas preocupações se esgotavam no decorrer de um dia, pois na iminência de um novo eu recuperava novamente a esperança.
Saudades dos tempos onde minhas escolhas eram orientadas pela minha mãe,  ao fitar seus olhos eu descobria o que escolher.
Saudades de ficar de bobeira, de correr pelas escadas do prédio, de suar, me molhar na chuva e defender meu irmão magricelo em suas encrencas, de ser e somente ser.

A vida segue, se faz e suas surpresas,
Nas lentes que são os meus olhos, refletem os sonhos de menina outra vez.
Não com a mesma  tez, mas com uma vivacidade tal que me faz acreditar.
Meu alento é saber que a vida segue, sonhos são construídos, os dias são ensinamentos, e que este meu viver está na menina dos olhos de Quem me idealizou, desde muito antes de nascer.

Viviane Pereira

domingo, 7 de agosto de 2011

Quando eu penso.


Quando eu penso que é Lua
É Sol.
Quando espero a calma
É tormenta
Quando acalento a alma, me vem o que não se sustenta.
Tem dias que o Sol brilha tanto, que os escuros dias parecem ter sido feitos de sonho.
Tem horas que a solidão não me apavora, tem dias que o relógio faz sua função. Tem hora que se aproveita tudo, e desperdício não há.
Tem tempos que só o corpo cansa, mas a mente descansa em sonhar. Tem ventos que sopram do norte, mas o que minha sina pede pra ver o vento o soprar


Viviane Pereira