quinta-feira, 1 de julho de 2010

Rainha do lar

Se tu soubesse o meu lamento não atirarias longe o meu pranto.
Não esquece que sou um mulato sem a tua pele nêga.
Me faltam palavras meu dengo, sombras para descansar.
Você me zangou e a madrugada foi meu direito de resposta.
Não me perguntes como foi a noite passada agora, apenas sei que durmi menos e sonhei nada.
Me pus a beber para não sentir a dor, de ver você se mudar para a Rua do Livramento e lavar a calçada, as roupas e tomar banho com o meu sofrimento.
Nêga tu não entende a minha postura, a minha jornada dura.
E tudo por causa de um samba, uma outra nêga, umas cervejas e dois socos.
Pra quê esse desgosto?
Volta pro teu aconchego lá me davas colo, fazias a janta e recebias o alento.
Sobrou dinheiro esse mês, dá pra comprar um vestido novo.
Volta pro teu castelo que eu serei teu rei e você como sempre minha nêga - a rainha do lar.

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