sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Silencia

"Saiba também calar-se para não se perder em palavras"
Clarice Lispector

Ansiedade, mal deste século. 
Mal daqueles que só esperam  pelo que virá
Sem estar pronto para o que aqui está.
Na ansiedade não paramos pra ler, pra entender...
Na ânsia não observamos o outro, não lemos o semelhante, 
Não há semelhança.
Tempo,
Tudo urge!

Acostumados a respostas prontas nos ataviamos aos  "saiba que..." 
Nos atamos ao vicio de responder, 
Como se pra tudo houvesse resposta.
Como se para cada sensação existisse uma palavra posta.
Mas e o silêncio involuntário? Onde está o instante mudo, calado?

Sem palavras caminhamos, 
Mesmo falando somos mudos, 
mesmo sabendo somos leigos, 
mesmo sentido somos nada.
Por que nem [o] tudo tem resposta, nem a vida está disposta a sinalizar o caminho.
Se fazer saber é todo dia 
é no silêncio ou na agonia,
é no descanso e na alegria... é às vezes no "sem palavras" e  no sem melodia. 
É quando - a gente sem querer se perder em palavras - se silencia.

Um comentário:

  1. Vivi, se você soubesse quanto são lindos seus textos mais objetivos e diretos como este.
    adorei.
    Me sinto assim (como no texto), como tudo e sem nada.

    :)

    ResponderExcluir