domingo, 31 de janeiro de 2010

duplaface

Sentado olhando pro nada me vi pensando no que Durval falou.
Desconstruir é uma coisa radical, mas que preciso fazer.
Novamente digo, não irei desconstruir minhas canções.
Não irei me desfazer das representações que guardei.
Não calarei a boca por medo.
Se o ser é duplo, posso pensar algo novo, posso desconfiar do que escrevo, posso enxergar o que você não vê. Duvidas?
A trama é mais elaborada , é afiada, o sumo dos texto já está lá e eu posso criar, há tanta coisa para contar sobre os labirintos que passei.
Sigo as rotas do tempo, o espaço não é meu rebento mas posso o desafiar, analisar as marcas do tempo que Calvino falou.
O homem que cria, é cria de um conjunto de representações, signos e hinos. Mas então por que se atavia ao corpo, à pele, à textura?
Preciso assumir o duplo os símbolos, as significações...
O sobejo do Estado Nacional ainda está no copo?
Preciso ler, conhecer os autores, ver o que me interessa, descobrir seus interesses...
Foi construída a ordem ou a identidade nacional com seu ufanismo criou nosso país?
Foi tudo invenção?
Durval diz que não?
O que sei é os duplos falam, são verdades, e inverdades que se envergam ao sopro do poder.
E essa história não tem uma só face, por que fala da realidade, de sonhos, caridade, filantropia, de rebeldia. Fala de estratégias de governo, fala de mim e você, de nossa agonia em se equiparar, se unificar – de nossa buscar em encontrar o lugar comum.
Nesse caso prefiro a alteridade, o diferente, o oposto. Na multidão de rostos iguais a história se perde, o conto fica vazio e a voz desaparece. Preciso perseguir esse rosto, esse conto, essa voz. Entender que as minhas representações também podem ser suas, que esse jogo é misto, está no plural, no singular, no feminino, masculino, está no dito, não dito e também no interdito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário